Um Mistério Chamado "FRB 121102": Contato Extraterrestre ou Tão Somente uma Jovem Estrela de Nêutrons?




Neste ano de 2016, abordamos diversos assuntos relacionados a Astronomia. É importante salientar que o blog AssombradO não trata apenas de assuntos supostamente paranormais ou sobrenaturais, mas também, de vez em quando, do Universo. Quando existe algum mistério, uma descoberta muito relevante que esteja sendo amplamente divulgada pela mídia ou então alguma especulação sobre uma tentativa de contato extraterrestre ainda que, quase sempre, seja considerada desprezível até mesmo por institutos como o SETI, é praticamente certeza que traremos esse assunto ao conhecimento de vocês. Entre os casos os mais interessantes sobre essas "tentativas de contato" por parte de supostas "civilizações extraterrestres", podemos incluir o sinal "WOW!", que no primeiro dia deste ano ganhou um novo capítulo. Na época, Antonio Paris, professor de astronomia da Faculdade de São Petersburgo, no estado da Flórida, nos Estados Unidos, fez uma publicação no site do Centro para Ciência Planetária dizendo que tinha a provável resposta para a origem do mistério de quase 40 anos, que até hoje intriga cientistas das mais diversas áreas. O professor Antonio Paris acreditava que o sinal pudesse ter vindo devido a passagem de um ou mais cometas, apontando os mais prováveis responsáveis pelo sinal: um cometa chamado 266P/Christensen e outro chamado P/2008 Y2 (Gibbs). Para provar que poderia estar certo, Antonio Paris propôs que os astrônomos observassem a mesma região do sinal "Wow!" quando esses dois cometas estivessem de volta naquela mesma direção. O cometa 266P/Christensen será o primeiro a transitar pela região em 25 de janeiro de 2017 (daqui pouco menos de 1 mês). Em seguida teremos o P/2008 Y2 (Gibbs) em 7 de janeiro de 2018. Vale a pena aguardar!

Cópia do papel onde foi detectado o sinal "Wow!" por Jerry Ehman na noite de 15 de agosto de 1977
Não podemos nos esquecer da euforia, que a mídia internacional criou em torno de um forte sinal de rádio, que teria sido captado pelo radiotelescópio RATAN-600, em Zelenchukskaya, uma localidade rural no Distrito da República da Carachai-Circássia, uma divisão federal da Rússia, não muito longe da fronteira com a Geórgia, no Cáucaso. O sinal estaria vindo da direção de uma estrela chamada "HD 164595", na constelação de Hércules. A princípio, essa estrela seria muito semelhante ao nosso Sol, visto que possui cerca de 0,99 massa solar, uma idade estimada de 6,3 bilhões de anos e uma metacilidade praticamente idêntica. Para ser mais preciso, sua temperatura média seria um pouco mais quente que o nosso Sol, e cerca de 100 milhões anos mais jovem que a nossa estrela. Além disso, ela estaria a "apenas" a 95 anos-luz de distância da Terra. Posteriormente, Douglas Vakoch, presidente do METI International, disse que o Conjunto de Telescopios Allen já havia completado seu reconhecimento inicial da HD 164595, porém "sem indicações de tecnologias extraterrestres em freqüências de rádio". Nick Suntzeff, astrônomo da Universidade Texas A&M, nos Estados Unidos, em entrevista para o site "Ars Technica", disse que não ficaria surpreso se o sinal estivesse relacionado a uma origem terrestre, visto que foi observado numa parte do espectro de rádio utilizada pelos militares. Aliás, o próprio SETI disse que o sinal da HD 164595 marcaria no máximo "2" na escala Rio, o que significaria "interesse baixo", e mais provavelmente atingiria apenas 1 (algo "insignificante"), ou seja, nada tão interessante. Pouco tempo depois, o assunto caiu no esquecimento.

Foto aérea do radiotelescópio RATAN-600 pertencente a Academia de Ciências da Rússia
Imagem divulgada no estudo enviado a diversos pesquisadores do SETI sobre um forte sinal,
que teria vindo da direção da estrela HD 164595
Outro caso pertencente a essa linha de um suposto e eventual "contato extraterrestre" foi noticiado no fim de outubro, onde dois pesquisadores de uma universidade canadense acabaram encontrando um padrão muito interessante, uma espécie de "sinal" oriundo de 234 estrelas, entre as 2,5 milhões que foram verificadas por eles. O artigo publicado sobre o assunto sugeria um comportamento errático, que pudesse ser um "sinal" de vida inteligente, ou seja, os demais astrônomos e cientistas deveriam dar um pouco mais de atenção as mesmas. Entretanto, no decorrer do artigo eles disseram que as alegações precisavam ser confirmadas por mais estudos e, além disso, também existia uma possibilidade de que os sinais estivessem atrelados a composições químicas altamente peculiares em uma pequena fração de estrelas que conhecemos atualmente. Apesar de ser curioso, o trabalho de Ermanno Borra e Eric Trottier basicamente separou um grupo de 234 estrelas em que poderia estar ocorrendo um fenômeno que nunca vimos anteriormente, que abrigassem civilizações inteligentes extraterrestres ou nem uma coisa e nem outra, ou seja, poderiam ser meros artefatos da ótica instrumental ou introduzidos durante a redução de dados. A questão é que nem mesmo o SETI ficou animado com essa história. Na escala "Rio" de detecção de inteligência extraterrestre, os resultados de Borra e Trottier ganharam uma classificação entre 0 e 1. Por outro lado, se esses "234 sinais" forem mesmo interpretados como sendo de origem extraterrestre ao longo do tempo (apesar disso ser considerado altamente improvável), isso implicaria em muitas civilizações em nossa Via Láctea, ou seja, cerca de 200 milhões de civilizações espalhadas em nossa galáxia.

Eis que para fechar o ano, recentemente a mídia internacional começou a dar destaque para a chamada FRB 121102. Para quem nunca ouviu falar nisso, saiba que FRB é o acrônimo em inglês para "Fast Radio Burst" ("Explosões Rápidas de Rádio" ou "Rajadas Rápidas de Rádio", em português). O número que o acompanha está relacionado a data em que esses pulsos extremamente rápidos de rádio são detectados pelos radiotelescópios, e que geralmente duram apenas alguns milissegundos. Apesar da estimativa de que esses fenômenos astrofísicos ocorram cerca de 10.000 vezes por dia, desde 2001 até hoje, ou seja em 15 anos, só conseguimos detectar menos de 30 ocorrências, o que tornam esses fenômenos muito raros e ao mesmo tempo muito difícies para serem estudados. Contudo, um deles, justamente a FRB 121102 vem intrigando os pesquisadores por ter sido detectada diversas vezes e sempre dentro de um mesmo padrão. Muitos sites de notícias especularam que o fenômeno fosse uma possível tentativa de contato extraterrestre, porém os pesquisadores envolvidos acreditam a origem desses pulsos possa estar relacionada a uma jovem estrela de nêutrons. Vamos saber mais sobre esse assunto?

Fonte dos assombrados

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