O massacre de Columbine



Saudações galera atormentada. O tema do texto abaixo nos foi sugerido pelo nosso amigo Franklin Uchoa, e nele voltaremos a falar de um tema que apavora a sociedade norte-americana, os Massacres cometidos em escolas. O caso que abordaremos hoje aconteceu em 1999, e acabou conhecido como o Massacre de Columbine, ou como A tragédia de Columbine.

Em muitos casos de ataques cometidos a escolas por alunos, ou ex-alunos, os agressores são, ou foram, alunos que sofriam algum tipo de perseguição por parte de outros alunos. Em muitos casos esses jovens possuíam dificuldades de se relacionar com os colegas, pelo menos esse é o estereótipo que criamos para esse tipo de maníaco que resolve fazer chover chumbo em uma escola. Porém esse é um cenário que não se encaixa para Columbine. Os jovens responsáveis pela matança em Columbine, Eric Harris e Dylan Klebold, não eram o tipo de jovens que acabavam sendo intimidados pelos colegas fortões, tampouco eram o tipo de jovens que se fecham no seu próprio mundo, bem pelo contrário, Eric e Dylan eram alunos que costumam perseguir os mais fracos, sendo que ambos se gabavam de serem sujeitos intimidantes.

O ataque arquitetado e executado por ambos os jovens causaram a morte de 13 pessoas, e chocaram os EUA. Esse trágico episódio acabou sendo determinante para uma série de discussões e algumas mudanças no que diz respeito ao porte de armas de fogo em alguns estados dos EUA. Eu particularmente acredito que proibições e restrições quanto ao uso de armas de fogo são importantes, mas não podem ser consideradas como medidas únicas, afinal esse tipo de ataques cometidos contra colégios continua acontecendo. Restringir o porte de arma ajuda, mas não resolve o problema, que na minha opinião está mais centrado nas atitudes dos jovens, mas essa é uma questão muito ampla onde várias correntes de pensamento estão corretas. O meu ponto é que: Apenas um tipo de medida não é suficiente para sanar tal problema.

A esquerda podemos ver Eric Harris, e a direita Dylan Klebold

Planejamento do ataque

Eric Harris e Dylan Klebold conseguiram o seu arsenal comprando pela internet - duas armas de caça, uma pistola semi automática e uma rifle de assalto de 9mm, acharam também na Internet a receita para fabricar as bombas. Um vizinho viu os dois, na segunda-feira, véspera do ataque, partindo garrafas com um taco de basebol. Os cacos seriam usados como estilhaços nas bombas que ambos fabricavam, mas o vizinho não desconfiou de nada. Harris escreveu num diário os planos do ataque à escola. Um diagrama mostra como as armas seriam escondidas sob as longas capas de couro preto. Num exemplar do livro de formatura do colégio, Harris escreveu sobre as fotos, quem ia morrer e quem seria poupado: "Morto", "Morrendo" e "Salvo".


Dias após o ataque a policia suspeitava que a dupla teria tido ajuda de outros cúmplices, pois os investigadores duvidavam que a dupla pudesse carregar as mais de 30 bombas que eles fabricaram para dentro do colégio. As suspeitas caíram sobre outros membros do grupo intitulado Máfia da Capa Preta.

Entre a invasão da escola, pouco após as 11 horas da manhã, e a descoberta dos corpos pela polícia, às 16 horas, os cúmplices podem ter deixado o prédio misturados à multidão que conseguiu escapar. A equipe da SWAT ordenava que todos levassem as mãos à cabeça, mas não tinha como separar supostos atacantes de vítimas.


O Ataque

O Massacre de Columbine aconteceu em 20 de abril de 1999 no Condado de Jefferson, Colorado, Estados Unidos, no Instituto Columbine, onde os estudantes Eric Harris (apelido ReB), de 18 anos, e Dylan Klebold (apelido VoDkA), de 17 anos, atiraram em vários colegas e professores.

Eric Harris e Dylan Klebold eram aparentemente adolescentes típicos de um subúrbio americano de classe média alta. Moravam em casas confortáveis. O pai de Klebold é geofísico, e a mãe, especialista em crianças deficientes.

Instituto Columbine (foto de satêlite)
Faltavam apenas 17 dias para o fim do ano letivo. Com 1.965 alunos, Columbine é uma instituição de ensino altamente qualificada, tanto que muitas famílias se mudam para Littleton, perto de Denver, com o objetivo de matricular os filhos na escola. Em torno de 82% de seus alunos são aceitos em universidades (nos Estados Unidos não há vestibular, o que conta é o desempenho do aluno no segundo grau). Columbine também se orgulhava de não registrar casos de violência. O policial de plantão se limitava a multar alunos que estacionavam os carros nas vagas destinadas a professores. Columbine era famosa por ser conservadora e privilegiar os jogadores dos times de futebol americano, basebol e basquete.


Eric e Dylan faziam parte de um grupo chamado a Máfia da Capa Preta. Harris, principal cabeça por trás do ataque, tinha um website, agora desativado, no qual colecionava suásticas e sinistros vídeos neonazistas e até dava receitas para a fabricação de bombas. Em seu auto-retrato, escreveu: "Mato aqueles de quem não gosto, jogo fora o que não quero e destruo o que odeio". Já Klebold dizia que seu número pessoal era "420", possivelmente uma referência à data de nascimento de Hitler, 20 de Abril.



Eric Harris e Dylan Klebold planejavam levar o seu ataque a outro nível, e pretendiam usar bombas para causar ainda mais danos e morte, mas felizmente os artefatos explosivos fabricados por Harris falharam. Mesmo assim o ataque suicida seguiu, e assim inicio-se um tiroteio que durou 49 minutos.



“A fiação das bombas que ele fez era tão ruim que, aparentemente, nunca estiveram nem próximas de funcionar”, disse Dave Cullen, autor de “Columbine”, um novo relato sobre o ataque.


Centenas de alunos foram trancados nas salas, de onde ouviam os tiros sem saber o que estava acontecendo. Muitos ligaram para casa pelos celulares, sussurrando, para pedir por socorro. Harris e Klebold acompanhavam tudo pela TV da biblioteca, vendo a transmissão ao vivo do cerco à escola. No final, depois de meia hora de silêncio, a SWAT invadiu a biblioteca e encontrou os corpos dos dois cercados de outros, alguns irreconhecíveis. O sangue era tanto que a polícia divulgou a estimativa de 25 mortos. Só no dia seguinte, desativadas todas as bombas, pôde-se retirar e contar os corpos.


Passado criminoso da dupla

Os dois tinham antecedentes criminais. Em janeiro do ano anterior, foram presos depois de arrombar um carro e roubar equipamento eletrônico avaliado em US$ 400. Condenados, tiveram de prestar 45 horas de serviço comunitário e fazer um tratamento psicológico destinado a pessoas que cometem infrações menores. No mês anterior ao crime completaram com sucesso o programa de recuperação.

Cronologia do ataque

A cronologia do ataque à Columbine High School foi montada a partir de informações captadas pelas câmeras internas da escola, chamadas de emergência e as reportagens locais:

  • 11:10 - Harris e Klebold chegam à escola, e deixam seus carros no estacionamento do refeitório.
  • 11:14 - Deixam mochilas com cerca de nove quilos de explosivos no refeitório.
  • 11:23 - Eles esperam do lado de fora da saída oeste. Então sacam espingardas de caça e armas semi automáticas e começam a atirar nos alunos. As pessoas começam a correr e um estudante faz a primeira ligação para os serviços de emergência.
  • 11:24 - Os alunos do refeitório percebem o que está acontecendo. Os funcionários tentam removê-los para locais mais seguros. Um carro de polícia chega e atira nos suspeitos.
  • 11:27 - A dupla entra na escola, atirando a esmo.
  • 11:28 - Eles entram na biblioteca, matando 10 e ferindo 12 pessoas em pouco mais de sete minutos. Eles atiram na polícia pela janela em direção ao estacionamento, onde as viaturas se reúnem.
  • Durante os próximos 40 minutos, Harris e Klebold percorreram a escola, atirando e deixando explosivos pelo caminho.
  • 12:06 - Minutos antes da equipe da SWAT entrar no prédio, os suspeitos se mataram dentro da biblioteca.


Como as autoridades não sabiam que os suspeitos estava mortos e como ainda havia explosivos instalados ao redor do prédio, levou-se mais de três horas para que os serviços de emergência chegassem a todos os sobreviventes e encontrassem Harris e Klebold.


As vítimas fatais do Massacre

Rachel Joy Scott, 17 anos, morta com tiros na cabeça, tronco e pernas em um gramado próximo a entrada oeste da escola.
Foto de Rachel no necrotério
Daniel Lee Rohrbough, 15 anos, morto com um tiro no tórax na escadaria oeste
Kyle Albert Velasquez, 16 anos, morto por tiros na cabeça e nas costas
Steven Robert Curnow, 14 anos, morto após receber um tiro no pescoço
Cassie Rene Bernall, 17 anos, morta por um tiro na cabeça
Isaiah Shoels, 18 anos, morto com um tiro no peito
Matthew Kechter, 16 anos, com tiros no peito
Lauren Townsend, 18 anos, morta por diversos tiros na cabeça, tórax e parte inferior do corpo
John Tomlin, 16 anos, morto por diversos tiros no pescoço e cabeça
Kelly Fleming, 16 anos, morta com um tiro nas costas
Daniel Mauser, 15 anos, morto por um tiro no rosto
Corey DePooter, 17 anos, morto com tiros no pescoço e tórax
William Dave Sanders, 47 anos, morreu de hemorragia após receber um tiro no pescoço dentro do corredor sul
Corpos da dupla de assassinos

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